segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Carmem, a grande notável


Carmem, que não era Miranda mas era Luz, morava numa cidadezinha lá pelas bandas de Minas Gerais chamada Ouro Fino. Como toda mineirinha que é, adorava a comidinha de dona Rosa, sua mãe. Lembra da mãe encostada na beira do fogão a lenha e era assim, que ela acordava bem cedinho pra ir pra escola; com aquele cheirinho de café e do bolo de fubá gostoso que se espalhava pela casa...
Da escola, que adorava, ela lembra com carinho da “professorinha” que ensinava direitinho e de suas amigas que depois da aula com ela iam brincar. Iam pra casa caminhando pela estrada a fora, paravam pra beber água na bica e continuavam a caminhada rindo e brincando. Na porta de sua casa tinha um pé de jabuticabeira e no galho mais alto tinha pendurado um balanço que seu avô colocou para seu pai quando ainda era criança. Ficava ali perdida em seus pensamentos e no vai e vem do balanço, ouvia o som da máquina de costura de sua mãe a costurar um vestido novo para irem à missa aos domingos.
Depois do almoço, fazia seus deveres ajudando com as tarefas de casa e quando anoitecia, logo após o jantar, sentavam na sacada da casa para conversarem e enquanto sua mãe ia lavar a louça, Carmem fazia a lição de casa na mesa da cozinha. Ia dormir cansada, mas, sentia-se feliz. O tempo passou, ela cresceu e se tornou uma linda mocinha. Papai virou estrelinha, era o que sua mãe sempre dizia e então sua tia foi morar com elas. Nessa época começou a trabalhar num escritório na cidade e aos fins de semana saia pra dançar com as amigas. Pretendentes não faltavam, mas ela não quis se casar... Eram três mulheres, com suas histórias, seus sonhos e seus amores... Até que tudo se foi, o que era doce se acabou e uma nova história para Carmem começou. Foi assim que ela foi morar no lar com outras avós e se sente muito feliz.

Autora: Adriana A. Luz
Idosa: Carmem Luz

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